sábado, 18 de setembro de 2010

Austrália: a maior ilha do mundo

Há pouco mais de um mês, o resultado das eleições na Austrália deu o que falar. O Partido Trabalhista, no governo, perdeu votos e, pela primeira vez desde 1940, o parlamento ficou sem maioria. A primeira mulher na Austrália a ocupar o cargo de premiê, Julia Gillard, teve que negociar o apoio de deputados independentes para salvaguardar a estabilidade política da maior ilha do mundo.

Após ler essa notícia, um amigo pediu-me para escrever algo sobre a Austrália, país que aparece pouco nas primeiras páginas dos jornais, ao contrário de outros, e do qual talvez não se saiba muito.

A Comunidade da Austrália (Commonwealth da Austrália) foi fundada em 1901 e é atualmente composta por seis estados: Nova Gales do Sul, Queensland, Austrália da Sul, a ilha da Tasmânia, Victória, Austrália Ocidental, mais dois territórios que funcionam praticamente como os outros Estados da Confederação: Território do Norte e Território da Capital da Austrália (ACT). Nesse último, encontra-se a capital da Austrália: Canberra. A Austrália é uma monarquia cujo chefe de estado é a rainha do Reino Unido, que atua por meio de um governador geral por ela nomeado após ter consultado o governo australiano.

Antes de a Austrália ser descoberta pelos europeus, os aborígenes, primeiros habitantes da Austrália, já haviam estabelecido contato com os povos asiáticos. Em 1606, o navegador espanhol Torres atravessou o estreito que separa a Austrália da Papua Nova Guiné, e que recebeu por isso seu nome. Em seguida, os holandeses descobriram a ilha de Tasmânia, no sul da Austrália. O primeiro explorador inglês chegou à costa noroeste da Austrália em 1698. Após essas primeiras viagens de exploração, a Grã-Bretanha escolheu a Austrália para torná-la sua colônia penal. De fato, após a Independência dos Estados Unidos, em 1776, a Inglaterra precisava encontrar outro lugar para enviar seus deportados. O lugar escolhido foi a costa sul oriental do Novo Gales do Sul, onde iria constituir-se uma colônia penal economicamente independente, sustentada pelo trabalho dos detentos.
No dia 26 de janeiro de 1788, 11 navios ingleses chegaram à Austrália transportando 1,5 mil deportados e civis. Logo, o número de civis que chegava à Austrália superou o número de deportados. A indústria da lã e a corrida ao ouro estimularam a chegada de novos colonizadores.

Na Segunda Guerra Mundial, por motivos de segurança nacional, a Austrália aproximou-se dos Estados Unidos, tornado-se uma das bases estratégicas do exército americano liderado pelo General MacArthur. Após a Segunda Guerra, o país viveu um período de boom econômico, recebendo emigrantes de mais de 140 nações. Hoje, a Austrália detém o terceiro lugar na classificação IDH, após a Noruega e Irlanda.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A virada de página do governo americano

Na última terça-feira, pela segunda vez após a sua eleição, o presidente Barack Obama falou aos americanos diretamente do Escritório Oval da Casa Branca, anunciando o fim das operações militares no Iraque. Em seu discurso, que durou cerca de 20 minutos, Obama escolheu deter-se longamente na explicação do significado da retirada das tropas americanas, e das graves consequências de uma guerra decidida apenas por uma parte do povo americano. Obama lembrou que, desde o início, declarou-se contrário à guerra, guerra que custou a vida de 4.420 soldados americanos, 32 mil feridos e 100 mil vítimas civis iraquianas. Contudo, enquanto deixava bem claro a sua atitude, fez questão de afirmar que ninguém colocava em dúvida o patriotismo demonstrado por Bush durante o seu governo, tentando dessa forma evitar a agravação de divisões internas que o enfraqueceriam nesse período de proximidade às eleições americanas de mid-term (metade do mandado), que ocorrerão em novembro.

Anunciando o fim da missão americana no Iraque, Barack Obama fez questão de evitar tons triunfalistas que mal se adaptariam à situação instável do Iraque, tons que eram característicos de seu predecessor, George W. Bush. Obama não proclamou vitória nem afirmou que os Estados Unidos cumpriram sua missão. Não deixou, porém, de enfatizar o valor dos sacrifícios de homens e mulheres que exerceram as suas funções no Iraque durante estes sete anos de guerra.

Reiterou o apoio dos EUA ao Iraque por meio de outros meios não militares, como a ação diplomática e o treinamento das forças locais por parte dos cerca de 50 mil soldados americanos que permanecerão no Iraque até o fim de 2011. Após ter discorrido sobre a guerra no Iraque, o presidente Barack Obama dedicou o resto de seu tempo em afirmar que sua principal responsabilidade, agora, é com a restauração da economia americana. Manifestando os motivos de sua firme oposição à guerra no Iraque, ele afirmou: “Infelizmente, na última década, não fizemos o que era necessário para fortalecer os alicerces da nossa própria prosperidade. Gastamos um trilhão de dólares em guerra, muitas vezes financiados por empréstimos do exterior”, e concluiu seu discurso afirmando: “Nossa tarefa mais urgente é restaurar a nossa economia, e colocar os milhões de americanos que perderam os seus empregos de volta ao trabalho. Para reforçar a nossa classe média, temos de dar a todos os nossos filhos a educação que eles merecem, e a todos os nossos trabalhadores as habilidades que eles precisam para competir numa economia global. Precisamos alavancar as indústrias que criam postos de trabalho e acabar com nossa dependência do petróleo estrangeiro”.