quinta-feira, 7 de abril de 2011

Homenagem italiana ao brasileiro Sérgio Vieira de Mello


No dia 15 de março, realizou-se, na cidade italiana de Bolonha, uma cerimônia oficial de dedicação de uma praça da cidade ao diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, nascido no Rio de Janeiro em 1948 e falecido em Bagdá (Iraque), em 2003, liderando uma missão da ONU no país devastado pela guerra.

Participou da cerimônia, além das autoridades municipais, também o Embaixador Lamberto Zannier, Representante Especial do Secretário Geral da ONU e Chefe da Missão das Nações Unidas no Kosovo (UNMIK). Um gesto benévolo, por parte do governo italiano em relação ao Brasil, país com o qual a Itália está tendo algumas dificuldades em relação ao conhecido caso Battisti. No caso da homenagem ao diplomata brasileiro, contudo, não há divergência alguma.

Sérgio Vieira de Mello é reconhecido mundialmente como promotor da paz e defensor das populações mais atingidas pelas guerras. A decisão de homenagear o diplomata foi motivada pela admiração que sempre suscitou este alto funcionário da ONU, dotado de grande cultura, inteligência, generosidade e empenho em favor da paz, da justiça, dos direitos humanos e dos povos. Segundo o representante do município de Bolonha, sede de uma das mais antigas universidades do mundo, “Sérgio Vieira de Mello é um homem que deixou um marco profundo na história das Nações Unidas”.

Filho de diplomata, Sérgio começou a trabalhar na ONU enquanto estudava filosofia na Universidade de Paris, onde o pai tinha se refugiado durante a ditadura militar. Começou a trabalhar junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) na cidade de Genebra, na Suíça. Dali em diante, os países que ele escolhia para exercer suas funções foram os mais caracterizados por conflitos ou pobreza, Bangladesh, Sudão, Chipre, Moçambique, Líbano, Camboja, Bósnia, Congo, Kosovo, Timor Leste, e Iraque.

Todos estes países passaram por guerras civis devastadores, onde a inexistência de um governo institucional impedia a garantia de segurança às suas populações. Nessas situações, Sérgio Vieira de Mello incansavelmente procurava promover o diálogo entre todos os atores do conflito, dos ditadores aos rebeldes. No período anterior à sua morte, seu nome estava sendo cogitado para o cargo de Secretário Geral da ONU.

Era a primeira vez que isso acontecia com um brasileiro. Após sua morte, parentes e amigos criaram a Fundação Sérgio Vieira de Mello (www.sergiovdmfoundation.org) para que o legado deixado por esse brasileiro não se perdesse.

Se o Sérgio estivesse ainda vivo, tenho certeza que ele estaria agora na Líbia, empenhado em salvaguardar o direito à vida das populações capturadas mais uma vez pelos horrores da guerra.

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