quarta-feira, 7 de abril de 2010

A origem do conflito entre israelenses e palestinos (conclusão)

Em 1939, a Grã-Bretanha aprovou no Livro Branco a restrição da imigração dos judeus na Palestina, com o objetivo de limitar a crise da região e evitar novas revoltas. Tal decisão, porém, provocou a rebelião dos judeus, que reforçaram suas organizações de extrema-direita com a criação de núcleos como a Irgun (Organização Militar Nacional) e o Lehi (Combatentes pela Liberdade de Israel).

Em 1947, a Grã-Bretanha dirigiu-se à ONU para apresentar a questão palestina. As Nações Unidas prepararam um plano de partilha segundo o qual o território palestino deveria abrigar no seu espaço um estado judeu e um estado árabe-palestino. No entanto, atos de terrorismo entre os dois povos sucediam-se em ritmo incessante, sobretudo após o massacre de 1948 dos camponeses palestinos em Deir Yassin, onde morreram 254 civis palestinos. Tais execuções por parte de grupos paramilitares israelenses objetivavam expulsar maciçamente os palestinos, forçando-os a deixarem suas terras que passavam a ser ocupadas pelos judeus que chegavam de toda a Europa.

O Plano de Partilha da ONU foi votado com 33 votos a favor (entre eles EUA, URSS e os países da América, Europa e Oceania), 13 votos contra (países do Oriente Médio e Ásia) e dez abstenções (entre as quais estava a Grã-Bretanha). O Mandato Britânico extinguiu-se. O estado judeu receberia 14 mil quilômetros quadrados e o Estado palestino 11 mil, situando-se entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. O norte de Israel deveria ser dividido entre os dois. A cidade de Jerusalém ficaria sob administração internacional, por ser considerada como lugar sagrado pelos cristãos, judeus e muçulmanos.

Os judeus aceitaram o plano apresentado pelo brasileiro Osvaldo Aranha, mas os árabes se opuseram à criação de um estado de Israel, argumentando querer proteger os interesses dos palestinos. Em 1948, o mediador da ONU foi assassinado em Jerusalém por sionistas. Os britânicos deixaram definitivamente o território palestino. Os judeus proclamaram dia 14 de maio de 1948 o estado de Israel. No dia seguinte, as forças da Liga Árabe entraram em guerra contra o novo Estado. Em 1950, cerca de 900 mil palestinos refugiados viviam nos campos organizados pela ONU.

Nota-Este artigo baseia-se no livro de Paulo Fagundes Vizentini. Oriente Médio e Afeganistão. Dois séculos de conflitos. Editora Leitura XXI.

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