quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A política externa da China para África (2)

Sob Deng Xiaoping, a China passara a defender uma diplomacia aberta, livre de considerações ideológicas. O pragmatismo que caracterizou a reforma econômica dentro da China caracterizou também a política externa. O continente africano exerceu desde o início forte atração para a China em função da riqueza de matérias-primas e como potencial mercado para exportações.

Mas o que diferencia a política externa chinesa na África da atuação das potências tradicionais que colonizaram o continente africano é principalmente a maneira diferente de agir dos chineses e sua postura em relação aos povos e governos africanos.

A China não integra alianças militares, não possui bases militares no exterior, como os Estados Unidos, e ela age militarmente no exterior participando apenas de missões de manutenção da paz. Seus instrumentos de trabalho em relação à África são a diplomacia, a ajuda técnica e financeira e o comércio.

A China desfruta dos recursos energéticos africanos, mas em compensação ela constrói estradas, pontes, escolas, oferecendo aos africanos uma infraestrutura que certamente representa, para os que recebem as empresas chinesas, uma melhor qualidade de vida. O governo chinês defende, portanto, um modelo de desenvolvimento comum para a África e a China, chegando a lugares de difícil acesso, que, no passado, haviam sido descartados pelos europeus por serem considerados locais não aproveitáveis. Em 2006, o presidente Hu Jintao prometeu créditos e empréstimos de longo prazo aos países africanos, no valor de cinco bilhões de dólares, e afirmou que até 2009 a China dobraria sua ajuda à África.

O governo chinês assumiu o compromisso de formar 15 mil profissionais africanos, isentar de tarifas uma nova leva de importações da África, e estabelecer até cinco zonas de livre comércio. Ela está conquistando o continente africano, não com a tradicional política de guerra e invasão, mas com uma política de cooperação e convencimento.

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