segunda-feira, 21 de junho de 2010

A Santa Sé e a ONU (parte final)

A Santa Sé respondeu prontamente à provocação, por meio do secretário para as relações com os estados, o arcebispo francês Dominique Mamberti, que explicou qual a razão da participação da Santa Sé na ONU e evidenciou os valores que a Santa Sé procura levar nas discussões da assembleia geral: “Certamente, não é um convite aceitável! Ele nasce talvez de uma compreensão não exata da posição da Santa Sé na comunidade internacional. (...) Por trás do convite a reduzir-se a ONG, além da incompreensão do status jurídico da Santa Sé, há provavelmente também uma visão redutiva de sua missão, que não é setorial ou ligada a interesses particulares, mas universal e compreensiva de todas as dimensões do homem e da humanidade. É por isso que a ação da Santa Sé no âmbito da comunidade internacional é muitas vezes um ‘sinal de contradição’, porque ela não cessa de levar sua voz em defesa da dignidade de cada pessoa e da sacralidade de cada vida humana, sobretudo aquela mais fraca”.

Mesmo podendo ser considerado um estado a todos os efeitos - e a criação do estado da Cidade do Vaticano lhe permitiria isso - a Santa Sé possui peculiaridades que dificultariam sua participação na ONU como membro pleno e que descaracterizariam a sua contribuição e seus objetivos no seio das Nações Unidas.

Em 2002, o Cardeal Tauran, em uma conferência sobre a presença da Santa Sé nas Organizações Internacionais, evidenciou justamente o papel da Santa Sé como promotora de um clima de maior confiança entre os parceiros internacionais e perorando a afirmação de uma nova filosofia, as relações internacionais baseadas numa gradual diminuição das despesas militares; no desarmamento efetivo; no respeito das culturas e das tradições religiosas; na solidariedade com os países pobres, ajudando-os a serem eles mesmos os artífices do próprio desenvolvimento.

Um comentário:

Frei Severino Fernandes disse...

Muito importante este blog de anna Caarletti, embora eu só tenha lido a parte final da SANA SÉ E A ONU, me foi muito esclarecedor. E´ importante que se diga ao mundo que a Santa Sé é mais que uma ONG.

Frei Severino Fernandes de Sousa, OFM
Salvador - Bahia - Brasil.