domingo, 1 de agosto de 2010

A França aprova lei contra a burca (fim)

A pós lembrar esses fatos significativos, o professor Samir atribui essa difusão repentina do uso da burca na Europa à corrente “salafita” que prega o retorno à tradição do primeiro século do Islã. Segundo ele, muitos grupos de ativistas islâmicos pertencentes a essa corrente atraem mulheres europeias muitas vezes por meio de casamentos. Por exemplo, durante uma conferência sobre Islã, na Alemanha, entre os tantos muçulmanos turcos presentes na sala, o professor lembra que foi atacado apenas por três mulheres alemãs convertidas ao Islã.

Na França, segundo ele, o véu integral é vestido apenas por mulheres que nunca o vestiram antes. Por isso, ele afirma, o uso da burca deve ser procurado não nas tradições religiosas, mas dentro de um espírito ideológico que deseja o retorno à tradição cultural da arábia antiga, em oposição ao Ocidente.

Não foi apenas a França que proibiu o uso da burca. A burca também foi proibida na Bélgica, em Barcelona, na Itália. A União Europeia a considera como uma rejeição contra a integração na cultura europeia.

Talvez seja este o núcleo do problema e o objetivo da lei, cujo intuito não é atacar uma cultura de tradição diferente, quanto, ao contrário, pôr limites a tendências extremistas que, ao invés de favorecerem a integração entre povos diferentes, visam minar tal união.

Em 2007, todos os líderes dos países árabes, reunidos na capital do Reino da Arábia Saudita, rejeitaram todo tipo de extremismo como pode se ler na Declaração de Riyadh, resultado daquela reunião. É o contrário daquilo a que se propõe o grupo salafita que, como o professor Samir alertou, prega a rejeição da modernidade.

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